Parlamentares aprovam monção que pode afastar a presidente do Peru, Dina Boluarte

Parlamentares aprovam monção que pode afastar a presidente do Peru, Dina Boluarte

Dina Boluarte, presidente do Peru, está no centro de um escândalo por causa de seus relógios luxuosos
Luis Iparraguirre/Peru Presidency/Handout via Reuters
Os parlamentares do Peru aprovaram, nesta quinta-feira (9), uma monção que pode levar ao afastamento da presidente Dina Boluarte. Mais cedo nesta noite, a oposição apresentou um pedido para destituir a presidente Dina Boluarte, considerada uma das líderes mais impopulares do mundo.
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A votação torna esta a primeira de uma série de moções de impeachment admitidas para debate no Congresso. Com a aprovação, o Congresso vai discutir a monção em uma nova sessão na qual se decidirá se o processo de afastamento pode seguir adiante.
Ainda em votação, o congresso aprovou a convocação da presidente para às 23h30, no horário local — 1h30, no horário de Brasília — para tratar da monção.
Votações separadas sobre as quatro moções receberam entre 108 e 115 votos a favor — mais que o dobro dos 52 votos necessários para autorizar o debate. Serão necessários ao menos 87 votos, no total, para destituí-la.
A proposta é a mais recente de uma série de tentativas frustradas e surge enquanto o país se prepara para as eleições marcadas para abril do próximo ano. No contexto também estão protestos contra o governo e a reforma da previdência.
O pedido busca afastar Boluarte por “incapacidade moral permanente” e foi assinado por ao menos 34 congressistas de diferentes partidos.
“A única forma de o país avançar é com o impeachment de Dina Boluarte”, disse a deputada Susel Paredes em uma publicação na rede X, onde compartilhou o documento. “Diversos blocos concordaram, e por isso a moção foi apresentada.”
Boluarte assumiu o poder em dezembro de 2022, após a destituição e prisão do então presidente Pedro Castillo, de quem era vice, depois que ele tentou dissolver o Congresso.
A saída de Castillo desencadeou meses de protestos violentos, principalmente em regiões andinas e comunidades indígenas. Organizações de direitos humanos acusaram o governo de Boluarte de usar força excessiva para reprimir as manifestações.
A presidente também enfrenta denúncias de enriquecimento ilícito, envolvendo bens não declarados. Em julho, ela decidiu dobrar o próprio salário. Sua aprovação varia entre 2% e 4%.
O documento compartilhado por Paredes cita “graves acusações de corrupção”, incluindo o escândalo conhecido como “Rolexgate” — uma investigação que apurou uma coleção de relógios de luxo de Boluarte.
O Congresso, de maioria conservadora, já rejeitou tentativas anteriores de iniciar o processo de destituição. Mas, a seis meses das eleições, mais parlamentares têm demonstrado apoio à proposta.
O Peru teve seis presidentes desde 2018, e quatro ex-mandatários estão atualmente presos.
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