Os 20 melhores lugares para uma viagem internacional em 2026, segundo a BBC

De uma ilha na Polinésia rodeada por lagoas azuis até o centro da produção de vinho no Chile, aqui estão os melhores destinos de 2026, selecionados por jornalistas da BBC
BBC/Alamy
Como todos que a conhecem, nós adoramos Dubrovnik, cidade histórica na Croácia, famosa por suas muralhas medievais, ruas de pedra e arquitetura bem preservada, que é patrimônio da Unesco e serviu de cenário para a série Game of Thrones.
Mas muitas pessoas que visitam a Croácia talvez não saibam que Montenegro, ali do lado, também possui belos vilarejos à beira-mar e novas trilhas de caminhada que conectam comunidades nas montanhas.
A capital argentina, Buenos Aires, sempre é tendência. Mas, do outro lado do rio da Prata, Montevidéu também oferece tango reconhecido mundialmente, churrasco e arquitetura. E é uma das cidades mais verdes da América do Sul.
Roma, na Itália, pode ser uma cidade eterna, mas a Argélia também tem ruínas antigas, sem as multidões de visitantes.
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Neste guia dos melhores lugares para visitar em 2026, destacamos destinos que oferecem experiências incríveis e usam o turismo como forma de apoiar as comunidades locais, proteger o meio ambiente e preservar seu patrimônio cultural único.
Para compilar esta lista, consultamos funcionários da BBC, nossos jornalistas de confiança e algumas das principais autoridades sobre turismo sustentável do mundo, identificando lugares que recebem entusiasticamente os visitantes e podem fazer com que sua viagem traga impactos positivos.
Confira abaixo os destinos escolhidos. Sua próxima aventura pode estar aqui.
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos
O Museu Nacional Zayed, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) abriga mais de 1,5 mil objetos
BBC/Getty Images
Por que ir: ano repleto de inaugurações no setor cultural, mais a agitação de novos parques temáticos.
A expectativa paira no ar do deserto.
Depois de anos em construção, o distrito cultural Saadiyat finalmente entra na sua fase final em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
O projeto chamou a atenção pela primeira vez pela abertura do Museu do Louvre na cidade, programada para 2017.
Foi recentemente aberto em Abu Dhabi o maior museu de arte digital do mundo, o TeamLab Phenomena. Ele foi seguido pelo Museu Nacional Zayed, um marco local onde os visitantes podem observar quais eram os sonhos coletivos da nação antes da riqueza da extração de petróleo.
Os Emirados não inventaram o mergulho em busca de pérolas, mas têm uma longa história neste campo. Sem falar na influência do Islã, na difusão do árabe e na visão do pai fundador do país, o xeque Zayed bin Sultan al-Nahyan (1918-2004).
Outra novidade no setor cultural é o Museu de História Natural de Abu Dhabi. Inspirado na geologia da região, ele se ergue acima do golfo Pérsico como uma sucessão de gigantescos cubos de açúcar.
E existe o muito comentado (e muito atrasado) Museu Guggenheim de Abu Dhabi, o maior já construído. A inauguração da cavernosa galeria de arte moderna só é esperada para o final de 2026 ou ainda além, ao custo estimado de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões).
Saindo do setor cultural, o turismo de parques temáticos em Abu Dhabi está em franca expansão.
A vasta região de entretenimento da ilha de Yas está se ampliando, com uma extensão dedicada a Harry Potter sendo construída no parque Warner Bros. World Abu Dhabi. Paralelamente, o Yas Waterworld constrói uma megazona de pistas e escorregadores.
Também avançam os planos de construção da primeira Disneylândia do Oriente Médio, com inauguração prevista em Yas nos próximos anos.
Tudo isso faz parte de um ambicioso experimento, muito distante dos jardins e fortes de areia que, antes, caracterizavam a cidade. (Mike MacEacheran)
Argélia
A cidade de Djanet é um oásis no deserto, habitado há mais de 500 anos
BBC/Getty Images
Por que ir: ruínas romanas, dunas em movimento e preservação cultural.
Lar de grandiosas ruínas romanas, paisagens desérticas surreais e cidades históricas com uma impressionante mistura de estilos arquitetônicos, a Argélia e seu rico turismo ficaram de lado por muitos anos, devido ao famoso e complicado sistema de vistos do país.
Mas a “Bela Adormecida” do turismo africano finalmente está despertando.
A Argélia, agora, trabalha arduamente para atingir seu objetivo de elevar seu número de visitantes internacionais para 12 milhões por ano até 2030.
Os avanços mais recentes incluem uma política de concessão de vistos na chegada para visitantes em tours organizados, o lançamento de uma nova subsidiária da companhia Air Algérie, com voos domésticos desde agosto de 2025, e o compromisso governamental de promover a proteção e a preservação do seu patrimônio cultural.
Este compromisso inclui treinamento e apoio aos 460 mil artesãos do país. E novos tours lançados por diversas operadoras importantes também facilitarão as visitas ao país em 2026.
A maioria dos visitantes começa na capital litorânea de Argel, antigo posto avançado dos fenícios, repleto de influências dos seus sucessivos governantes.
E, com suas relíquias preservadas de três milênios de ocupação, Constantine, Patrimônio Mundial da Unesco, é outro centro urbano de destaque.
Perto dali, ficam as extensas e bem preservadas ruínas romanas de Timgad e Djémila, que os turistas podem conhecer sem precisar enfrentar multidões de turistas.
Já as dunas em movimento do Saara argelino se estendem por centenas de quilômetros e a cidade-oásis de Djanet serve de ponto de partida para explorar o deserto. (Sarah Reid)
Vale de Colchagua, Chile
No Chile, a Rota do Vinho se estende por cinco vales no centro do país
BBC/Montes Wines
Por que ir: vinhos, vaqueiros e observação de estrelas.
A duas horas ao sul da capital chilena, Santiago, o vale de Colchagua se estende dos Andes cobertos de neve, ao longo da fronteira com a Argentina, até o Oceano Pacífico, seguindo o corredor escavado pelo rio Tinguiririca.
Muitos visitantes simplesmente desembarcam em Santiago a caminho da Patagônia ou do deserto do Atacama. Mas a viagem rodoviária de vários dias para o sul da capital revela fazendas históricas, caminhadas panorâmicas e o centro da indústria vinícola chilena, que está em franco crescimento.
O hotel-vinícola de luxo Vik, na província próxima de Cachapoal, ganhou o prêmio de melhor vinícola do mundo em 2025. Mas, muito antes disso, fazendas estabelecidas de Colchagua já atraíam visitantes para degustar calmamente sua produção, como a Viu Manent, Los Vascos, Casa Silva e MontGras.
Já a cultura culinária de Colchagua está concentrada em lugares como Fuegos de Apalta, o templo ensolarado de Francis Mallmann, com pratos assados em meio às vinícolas da Montes Winery.
Os visitantes podem até dormir em meio às vinhas.
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Clos Apalta, a propriedade da renomada família de vinicultores Lapostolle, com sua arquitetura exuberante, oferece 10 chalés modernos ao lado das montanhas. Eles parecem flutuar sobre as encostas cobertas de plantações de uvas Carménère, Cabernet e Syrah.
Vinhos à parte, há muito o que ver e fazer na terra dos vaqueiros chilenos, desde rodeios até a observação de estrelas, incluindo o Observatório Cerro Chamán.
Aldeias como Santa Cruz e Lolol oferecem vibrantes mercados e mansões rurais de adobe da época da colonização espanhola.
O ano de 2026 marca o 30° aniversário da Rota do Vinho original do Chile, um circuito que mostra até hoje a cozinha e os vinhos da região, reconhecidos internacionalmente. E a cultura local convida os visitantes a relaxar, aproveitar o sol e prolongar um pouco mais sua estadia. (Alexandra Marvar)
Ilhas Cook
A trilha Cross-Island, em Rarotonga, é um caminho acidentado que leva ao pico Te Rua Manga (“A Agulha”)
BBC/Getty Images
Por que ir: novo acesso a uma paradisíaca nação da Polinésia.
Os moradores das ilhas Cook gostam de receber visitas. Afinal, eles são os extrovertidos do Pacífico Sul.
Ainda assim, em comparação com outros destinos da Oceania, como as ilhas Fiji, o número de turistas é baixo. Por isso, você se sente um visitante bem-vindo ao mundo local, não um turista em um resort.
Rarotonga é a maior e mais populosa ilha do arquipélago. São apenas 67 km², mas tudo o que há de bom no Pacífico Sul existe por ali, como picos triangulares que relembram o Taiti, seu interior selvagem marcado por uma lagoa de águas azuis e a orgulhosa cultura da Polinésia.
Além de Rarotonga e de Aitutaki, popular destino de lua de mel, o turista pode visitar outras 13 ilhas praticamente sozinho.
Uma nova onda de barefoot luxury (“luxo descalço”, em tradução livre) vem transformando as ilhas e 2026 será um ano de grandes inovações na preservação cultural e ambiental.
Os responsáveis pelo Marae Moana (um dos maiores parques marinhos do mundo) estão fortalecendo a proteção dos seus locais mais significativos e, em Aitutaki, três motu (ilhotas) na sua intocada lagoa triangular, agora, têm status especial.
O governo também postergou suas pesquisas de mineração em alto-mar, pelo menos até 2032. Em terra, o sagrado vale Maungaroa de Rarotonga (atualmente, na Lista Indicativa para Patrimônio Cultural da Unesco) está repleto de rios e florestas tropicais que nunca foram explorados.
Para os visitantes, nunca foi tão fácil chegar ao pequeno e perfeito paraíso do Pacífico.
Em junho de 2025, a Hawaiian Airlines ampliou sua rota Honolulu-Rarotonga, com horários de partida diurnos mais convenientes e novas conexões ao continente americano pela Alaska Airlines. E a Jetstar irá lançar seu primeiro voo direto da Austrália, Brisbane-Rarotonga, em maio de 2026. (Craig Tansley)
Costa Rica
A Costa Rica está ampliando seu trabalho de conservação na terra e no mar, protegendo principalmente os habitats das onças-pintadas e os tubarões
BBC/Alamy
Por que ir: um dos locais com maior biodiversidade do planeta, à beira de grandes mudanças.
“Com suas praias de areias brancas, picos vulcânicos cobertos de névoa, florestas tropicais e rica história colonial e pré-colombiana, a Costa Rica oferece aos visitantes uma série de atrações.
O primeiro país tropical a reverter o desmatamento se orgulha de ter cerca de 60% de cobertura florestal e 25% do seu território legalmente protegido. O Plano Nacional de Descarbonização pretende atingir a neutralidade de carbono até 2050” (Jeff Greenwald, do portal Ethical Traveler).
Os turistas que chegarem a esta minúscula nação da América Central encontrarão uma rara convergência entre o selvagem e o bem-estar.
Na Costa Rica, a floresta tropical encontra praias desertas, araras voam sobre enseadas azul-turquesa e o Oceano Pacífico banha um litoral que sustenta 2,5% das espécies terrestres conhecidas do mundo em uma única península.
Você irá acordar ao som de bugios, remar ao longo de estuários no mangue repletos de bioluminescência, surfar em ondas de classe internacional e praticar respiração, meditação ou ioga, antes de caminhar até o coração do Parque Nacional do Corcovado.
Voos diretos da capital do país, San José, até a localidade próxima de Puerto Jiménez facilitam a chegada até este canto remoto do planeta, onde os trabalhos de conservação atingem rapidamente seus objetivos.
Em 2026, as ONGs locais e seus parceiros nacionais pretendem ampliar as áreas protegidas em terra e no mar, consolidando os corredores das onças-pintadas na floresta e ampliando a proteção para os tubarões migratórios no mar.
Escolas de surfe administradas pela comunidade, retiros holísticos e ecopousadas estão em alta no momento. Eles oferecem uma mistura de aventura, bem-estar e viagens renovadoras.
O resort de surfe sustentável Lamangata é alimentado por energia solar e recicla a água servida, enquanto o retiro de ioga Blue Osa oferece um programa chamado Salve as Tartarugas-Marinhas, em parceria com a organização Osa Conservation.
A península de Osa convida os visitantes a reduzir a velocidade e se conectar à atração dos elementos do oceano, ajudando a protegê-lo.
Em um mundo tomado pelo turismo excessivo, este litoral selvagem prova que o luxo e a sustentabilidade podem surfar na mesma onda. (Pier Nirandara).
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Ilhas Hébridas, Escócia
A ilha de Lewis é a maior do arquipélago das Hébridas Exteriores, na Escócia
BBC/Alamy
Por que ir: boom do uísque, antigos círculos de pedra, praias de areia branca e comunidade hospitaleira
Espalhadas pelo litoral selvagem do Oceano Atlântico, na Escócia, as ilhas Hébridas atraem visitantes há muito tempo com seus fascinantes locais sagrados, praias isoladas e comunidades unidas. E, em 2026, existem ainda mais motivos para muitos se vangloriarem.
No extremo norte das Hébridas Exteriores, a ilha de Lewis está inaugurando um centro de visitantes, esperado há muito tempo, nas Pedras de Callanish — o místico círculo de pedras em forma de cruz, mais antigo que Stonehenge.
Pela primeira vez, a agência governamental Historic Environment Scotland irá cobrar ingresso dos visitantes, para ajudar a proteger 5 mil anos de história do período neolítico.
Mais ao sul, descer na pista de aterrissagem incomum do aeroporto da Barra, localizada na praia, ainda parece uma viagem no tempo.
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Conhecida pelas baías de calcário e pelo castelo medieval de Kisimul, a ilha está ganhando sua primeira destilaria de uísque, colocando a minúscula aldeia de Gorve no mapa global de destilados.
O uísque está no DNA de Islay, nas Hébridas do Sul, e a demanda pelo uísque escocês puro malte com alto teor de turfa continua a reconfigurar a ilha.
Em termos de uísque, esta é a última casa do tabuleiro. E duas novas destilarias devem ser inauguradas em 2026, juntando-se às outras 12 já existentes na ilha.
A primeira é a Destilaria Laggan Bay, dos mesmos responsáveis por outras marcas famosas de destilados escoceses, como Rosebank, Glengoyne e Edinburgh Gin.
E, mais para o final do ano, os visitantes poderão conhecer a Destilaria Portintruan, perto de Port Ellen, onde a gigante de luxo francesa LVMH abriu o primeiro hotel temático de uísque imersivo da ilha, o Ardbeg House.
A sensação é de que toda a ilha foi criada como um exemplo perfeito, quase presunçoso, da calorosa hospitalidade escocesa.
Quer visitá-la? Faça as reservas com antecedência para a Fèis Ìle, o festival anual do uísque de Islay, em maio. (Mike MacEacheran)
Ishikawa, Japão
Ishikawa fica a 2,5 horas de trem-bala da capital japonesa, Tóquio
BBC/Hirotaka Ozawa
Por que ir: artesanato tradicional e saquê premiado.
No Dia de Ano Novo de 2024, um terremoto com 7,6 graus de magnitude devastou a remota península de Noto, no Japão, na província de Ishikawa.
E, dois anos depois, os líderes locais estão convidando os visitantes a retornarem, para apoiar a renovação da região.
No sul da província, a cidade de Kanazawa fica apenas a uma viagem de trem-bala da capital japonesa, Tóquio. Ela abriga o Kenrokuen, um dos jardins mais famosos do Japão, e um próspero mundo de artesanato tradicional.
Os visitantes podem entrar em ateliês dourados e tentar produzir suas próprias peças de Kaga Yuzen, técnica tradicional japonesa de tingimento de seda para quimonos. Mas é mais ao norte, na região de Noto (a mais atingida pelo terremoto), que os visitantes podem fazer a maior diferença.
Ali, as “pousadas em casas de fazenda” convidam os hóspedes a praticar atividades sazonais, como o plantio de arroz. A renda ajuda a manter as famílias e os terraços de arroz seculares de Shiroyone Senmaida.
A península de Noto é famosa no Japão pelos seus frutos do mar, seus objetos laqueados e pelo premiado saquê produzido pelos lendários Noto toji (mestres da fermentação).
Muitos produtores locais retomaram sua produção, graças a iniciativas como o projeto Não Abandone o Saquê de Noto. Sua renda é revertida para os produtores afetados pelo terremoto.
Os visitantes que se hospedam nas pousadas familiares, se alimentam em restaurantes locais reabertos ou compram artesanato tradicional dos artesãos locais ajudam a manter vivas as tradições únicas de Ishikawa, no seu momento de maior risco.
É uma chance de colaborar com a comunidade na reconstrução das suas casas e do seu patrimônio cultural, para que esta região repleta de histórias prospere para as gerações futuras. (Mizuki Uchiyama)
Ilhas Komodo, Indonésia
As ilhas Komodo são o lar do dragão-de-komodo, o maior lagarto do planeta
BBC/Getty Images
Por que ir: vida selvagem pré-histórica, delicados recifes e preservação dos habitats.
Erguendo-se do mar de Flores, com suas águas azul-turquesa, as ilhas Komodo, na Indonésia, permanecem sendo um dos maiores cenários da vida selvagem do planeta.
No seu parque nacional, Patrimônio Mundial da Unesco, praias de areia cor-de-rosa encontram os morros da savana, jardins de coral recebem as arraias e a última população selvagem de dragões-de-komodo do mundo caminha livremente.
Em 2026, a Indonésia irá comemorar o 45° aniversário do parque com novos programas de conservação e medidas de gestão de visitantes, projetadas para proteger os dragões e os delicados recifes.
Voos diretos de Singapura e de Kuala Lumpur, na Malásia, para a cidade portal de Labuan Bajo tornaram o acesso às ilhas mais fácil do que nunca. E autorizações rigorosas, ao lado de caminhadas lideradas por guardas-florestais, garantem que a receita do turismo atinja as comunidades locais e apoie a preservação dos habitats.
Os visitantes podem explorar o local em passeios de barco de um dia, se hospedar em ecopousadas nas ilhas próximas ou navegar entre as baías remotas em barcos tradicionais phinisi, para obter conexão mais profunda com o arquipélago.
Para quem procura aventuras com propósito, Komodo oferece um raro equilíbrio: encontros próximos com animais selvagens pré-históricos, vibrante biodiversidade marinha e um parque nacional que usa o turismo para proteger seu extraordinário ecossistema. (Pier Nirandara)
Loreto, sul da Baixa Califórnia, México
Loreto, no México, está criando dois parques nacionais
BBC/Diane Selkirk
Por que ir: águas ricas em vida selvagem, ilhas desertas e aventuras de conservação.
O Parque Nacional da Baía de Loreto, no México, está próximo de comemorar seu 30° aniversário. E sua história de conservação ambiental continua a se desenrolar.
O parque protege mais de 200 mil hectares do golfo da Califórnia, que abriga baleias-azuis, tartarugas-marinhas e colônias de leões-marinhos-da-califórnia. Ele permanece uma das mais influentes conquistas ambientais de iniciativa popular do México.
Agora, a região está ampliando suas áreas de proteção. Estão sendo cuidadosamente criados dois parques nacionais, Nopoló e Loreto 2. Juntos, eles oferecem aos visitantes milhares de hectares de cânions no deserto, mangues e corredores de animais selvagens.
Mas Loreto atrai por outros motivos, além das suas paisagens. Aqui, a conservação ambiental está entrelaçada com o dia a dia das pessoas.
Antigos pescadores, agora guias naturalistas treinados, conduzem viagens de caiaque pelas ilhotas do deserto e passeios de avistamento de baleias que também servem de experimentos de ciência cidadã.
Os visitantes podem ajudar a identificar baleias-azuis em migração, participar de limpezas do litoral ou comparecer a festivais anuais de conservação, que lotam as ruas de música, comida e narração de histórias.
Para conexão com a comunidade, cooperativas e grupos locais promovem caminhadas guiadas pelo deserto e jantares comunitários, com os visitantes compartilhando frutos do mar recém-pescados com as famílias e os artesãos.
Com sua missão histórica, ruas caiadas e a Sierra de la Giganta ao fundo, Loreto oferece a intimidade das cidades pequenas ao lado da sua vastidão majestosa — um local onde os visitantes podem participar de uma história de esperança, com ecossistemas que se recuperam e comunidades tomando a frente das ações. (Diane Selkirk)
Montenegro
Por que ir: a deslumbrante baía de Kotor e locais selvagens intactos.
Um dos Estados soberanos mais jovens do mundo, Montenegro comemora seu 20° aniversário em 2026.
Com menos de 650 mil habitantes e um mosaico de influências ilírias, romanas, otomanas e iugoslavas, este novato país dos Bálcãs ficou conhecido principalmente pelo seu litoral.
Uma atração específica é a majestosa baía de Kotor, com aparência de fiorde. Ela mantém postos avançados venezianos bem preservados e antigas cidades muradas.
Seus resorts no mar Adriático são cada vez mais populares entre os visitantes que buscam algo além do litoral superlotado da vizinha Croácia.
Ainda assim, poucos visitantes exploram o interior do país, com suas planícies ribeirinhas, rochedos e picos ameaçadores.
Os destaques incluem a antiga e minúscula capital real de Cetinje, onde um conjunto de monastérios, palácios e museus oferece uma ideia da história do país.
E o lago Skadar, um importante local de biodiversidade, é uma das mais importantes reservas de aves da Europa, abrigando cerca de 281 espécies.
Mas as espetaculares montanhas de Montenegro são a verdadeira atração.
A cadeia montanhosa de Prokletije é uma das poucas áreas selvagens remanescentes do continente europeu. A região é dominada por picos escarpados, densas florestas e lagos glaciais, onde moram lobos e ursos.
Ela é cortada por trilhas de caminhada, incluindo um trecho da trilha Picos dos Bálcãs, com 192 km de extensão, que também atravessa a Albânia e o Kosovo.
Com a trilha, Montenegro pretende usar o turismo sustentável para evitar o abandono das comunidades remotas das montanhas e gerar renda para seus moradores. (Shafik Meghji)
Litoral de Oregon, Estados Unidos
Por que ir: novas formas de conhecer um dos trechos de litoral mais extraordinários dos Estados Unidos.
Estendendo-se por cerca de 600 km a partir dos exuberantes rochedos da garganta do rio Columbia, ao norte, até as enormes florestas de sequoias, no sul, o litoral do Estado de Oregon, nos Estados Unidos, é uma mistura fascinante de vigor e beleza.
Sua orla banhada pelas ondas se espalha contra densas florestas. Faróis isolados perfuram o instável nevoeiro e baleias em migração surgem nas águas, em pequenas comunidades de pescadores.
Uma lei histórica de 1967 fez de Oregon o único Estado americano onde todo o litoral é livre e público para todos.
Menos visitadas que o litoral da Califórnia, as praias de areia branca de Oregon e suas pontas de terra sombrias, ao longo deste trecho da rodovia US-101, formam uma das mais belas viagens rodoviárias do país.
E, segundo Kaitlyn Brajcich, da organização Sustainable Travel International, as pessoas que não possuem automóveis e os proprietários de veículos elétricos terão novas formas de conhecer a região em 2026.
“Um novo serviço de transporte sazonal liga Portland a destinos no litoral e uma rede cada vez maior de carregamento de veículos elétricos reduz as interrupções nas viagens rodoviárias com este tipo de automóvel”, segundo Brajcich.
“Para quem prefere pedalar, muitas cidades têm bicicletas disponíveis ou você pode seguir pela ciclovia litorânea entre as fronteiras estaduais, com 600 km de extensão.”
Brajcich destaca que frutos do mar recém-pescados, agora, estão mais próximos, graças a uma nova iniciativa para preservar a pesca local em Oregon. Este projeto vem ajudar as comunidades que dependem dessas águas há muito tempo.
Esteiras de mobilidade estendidas sobre a areia e cadeiras de rodas gratuitas para uso nas praias permitem que mais visitantes apreciem o litoral de Oregon.
E uma nova parceria com a plataforma Wheel the World mapeia experiências e hospedagens inclusivas.
Além disso, as estadias em hotéis reservadas através da iniciativa Every Stay Gives Back incentiva as organizações ambientais a proteger o acidentado, mas adorado litoral de Oregon. (Eliot Stein)
Oulu, Finlândia
Por que ir: cidade no Ártico em total expansão criativa, como Capital da Cultura de 2026.
Localizada pouco abaixo do Círculo Polar Ártico, Oulu chega às manchetes em 2026, como uma das Capitais Europeias da Cultura. Este acontecimento promete reformular a impressão dos visitantes sobre o sossegado norte da Finlândia.
O título é apenas mais um prêmio na sua lista cada vez maior. A cidade já promove o Campeonato Mundial de Guitarra Imaginária e se autodeclarou a capital mundial do ciclismo de inverno.
A partir de janeiro, a cidade e as aldeias vizinhas promoverão uma longa programação cultural, que irá durar o ano inteiro. Parece mais um festival em evolução, com festas, apresentações surpresa, instalações de arte e exibições.
Um dos destaques é o Laboratório de Comida do Ártico, que reúne os sabores nórdicos e árticos de Oulu para degustações e jantares especiais, com ingredientes produzidos no solo e no clima extremo da região.
Outro ponto central é o Relógio do Clima, uma trilha de arte pública de sete trechos, criada por importantes artistas finlandeses e internacionais, em colaboração com cientistas.
Cada instalação reflete temas de criatividade, mudanças climáticas e nossa conexão com o “tempo da natureza”, refletindo os esforços maiores da cidade para incentivar viagens mais lentas e significativas.
Além da programação cultural, existem ilhas varridas pelo vento que merecem ser exploradas, caminhadas ao pôr do sol ao lado de faróis e, é claro, a cultura da sauna, característica da Finlândia.
Em 2026, a natureza nos seus limites, o patrimônio do Ártico e a criatividade pioneira fazem deste quase esquecido ponto do norte do planeta um dos destinos mais fascinantes da Europa. (Laura Hall)
Como é viver no ‘país mais feliz do mundo’
Filadélfia, Estados Unidos
Por que ir: a comemoração dos 250 anos dos Estados Unidos e um grande ano esportivo.
Os Estados Unidos nasceram na Filadélfia, no dia 4 de julho de 1776.
Em 2026, a cidade volta a ser o centro das atenções, durante a comemoração dos 250 anos da nação, com uma programação repleta de história, esportes e arte.
Um destaque importante são as 52 Semanas de Pioneirismos, uma série espalhada pela cidade para marcar os 250 anos do espírito pioneiro da Filadélfia.
A cada sábado, um bairro diferente apresentará um festival homenageando uma inovação ou um marco histórico da cidade.
Eles incluirão desde a invenção dos óculos bifocais até a fundação da Igreja Metodista Episcopal Africana Mother Bethel, o pedaço de terra de propriedade contínua de afro-americanos há mais tempo no país.
Palestras, apresentações e atividades locais trazem à vida o momento em que essas inovações surgiram pela primeira vez.
De fevereiro a setembro de 2026, o Instituto Franklin apresenta a exibição Parques Temáticos Universais. Ela oferecerá aos visitantes uma visão dos bastidores da engenharia e projetos dos parques temáticos mais populares do mundo.
Além disso, a organização de arte pública Mural Arts Filadélfia (a maior dos Estados Unidos) realizará mais de 50 workshops liderados por artistas, como parte do projeto Impressão pelas Pessoas.
Nele, os visitantes podem participar de eventos gratuitos e ajudar a inspirar um novo mural, refletindo o significado da democracia hoje em dia.
Tours guiados por murais, conduzidos por artistas locais, financiarão diretamente programas de arte comunitária e iniciativas educacionais.
Os fãs de esporte irão observar que a Filadélfia será uma das sedes da Copa do Mundo da Fifa 2026.
A cidade também receberá o All-Star Game da Major League de Baseball (MLB), parte dos jogos da primeira divisão de basquete masculino da NCAA e o campeonato da Associação dos Golfistas Profissionais dos Estados Unidos.
Haverá ainda a RockyFest, marcando a passagem dos 50 anos desde que Rocky Balboa subiu os degraus do Museu de Arte da Filadélfia.
Os visitantes encontrarão uma cidade repleta de história, orgulho e criatividade. (Mizuki Uchiyama)
Phnom Penh, Camboja
Por que ir: uma nova era para a capital cambojana, com inaugurações criativas e sustentáveis remodelando a cidade
“A seis horas de ônibus de Phnom Penh, você tem a oportunidade de se conectar com a natureza.
Nos tours de vida selvagem de Jahoo, guias locais orientam os visitantes em trilhas ao amanhecer para observar gibões balançando sobre suas cabeças.
O Projeto Vale do Elefante é um santuário ético, onde animais resgatados vagueiam livremente, sem caçadores, nem armadilhas” (Kaitlyn Brajcich, da organização Sustainable Travel International).
Phnom Penh, no Camboja, vive um momento importante.
Obscurecida há muito tempo por Siem Reap, a segunda maior cidade do país, a capital entra com confiança em 2026, com a inauguração do novo Aeroporto Internacional Techo, o maior projeto de infraestrutura da história do Camboja.
Com design futurista e ornado por uma estátua de Buda gigante, o aeroporto deve melhorar o acesso internacional no ano que vem, recebendo novas rotas dos Emirados Árabes Unidos, Turquia, China e Japão.
Com isso, a cidade será mais acessível do que nunca. E, em terra, Phnom Penh também está mudando rapidamente.
A cidade tinha apenas um semáforo, 15 anos atrás. Agora, é um modelo de turismo urbano sustentável.
Um exemplo é o calçadão de Chaktomuk, uma rua só para pedestres nas margens do rio. Nos fins de semana, ele recebe o festival de comida de rua cambojana, com artesanato local e música ao vivo.
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E existem ainda os tuc-tucs elétricos do recém-aberto hotel Rosewood Phnom Penh, usado para transportar os hóspedes pela cidade.
A acolhida da cidade aos seus visitantes não surgiu por acaso.
O pioneiro arquiteto cambojano Vann Molyvann (1926-2017) afirmava que nenhuma construção deveria ser mais alta que o Palácio Real. E, em 2026, seu legado está presente em toda parte.
A antiga residência de Molyvann, construída nos anos 1960, foi reaberta como uma cafeteria especializada em design e um minimuseu, para inspirar a próxima geração de arquitetos cambojanos. E jovens criativos estão restaurando outras construções modernistas da cidade.
Uma nova onda de butiques sustentáveis, destilarias e cafeterias alternativas da Geração Z reflete a crescente tendência de acolhimento dos jovens cambojanos.
Os visitantes podem provar destilados produzidos com plantas locais, pratos cambojanos que eram proibidos na época da guerra e passear pelas alamedas frondosas, ao lado de lojas históricas. (Claire Turrell)
Visitando o Camboja
Devido ao atual conflito entre o Camboja e a Tailândia, o Departamento de Estado dos EUA e o Foreign Office do Reino Unido (o Ministério das Relações Exteriores britânico) emitiram alertas para os viajantes que desejam visitar locais perto da fronteira entre os dois países.
Phnom Penh e os principais destinos turísticos do Camboja permanecem não afetados, mas os visitantes devem consultar as orientações de momento antes da viagem.
Guimarães, Portugal
Por que ir: local de nascimento de Portugal e Capital Verde da Europa em 2026.
Localizada a apenas 65 km da cidade do Porto, em Portugal, Guimarães é surpreendentemente esquecida.
A cidade é considerada o Berço da Nação Portuguesa, no século 12, e foi a primeira capital do país.
Seu belo e preservado centro medieval é um emaranhado de praças pavimentadas com pedras e pequenas ruas repletas de grandiosos palácios e restaurantes avarandados. Eles incluem desde estabelecimentos com estrelas Michelin até lanchonetes descontraídas e bares que servem cerveja artesanal.
A pouca distância dali, Citânia de Briteiros é um antigo e espetacular sítio arqueológico no topo de uma montanha, que data do século 9 a.C.
Mas Guimarães não é uma peça de museu. Ela conta com uma energia jovem e criativa, por ser uma das mais antigas cidades universitárias de Portugal. Metade da sua população tem menos de 30 anos de idade.
A cultura contemporânea vive lado a lado com suas ruas medievais. Galerias futuristas, construídas quando a cidade foi Capital Europeia da Cultura, em 2012, se misturam com museus em claustros antigos e locais para os hipsters, abertos em antigas fábricas.
Em 2026, Guimarães comemora 25 anos da sua inclusão como Patrimônio Mundial da Unesco. E seu novo título de Capital Verde da Europa é o reconhecimento de duas décadas de trabalho em prol da sustentabilidade em toda a cidade.
Caminhe pelos recém-criados oásis verdes urbanos e pelas construções históricas delicadamente redesenhadas, ou pelas margens restauradas dos rios. Uma frota de ônibus elétricos conecta estes projetos.
Guimarães é uma cidade silenciosamente confiante, que pensa no futuro. E uma das surpresas mais atraentes da Europa em 2026. (Norman Miller)
Samburu, Quênia
Por que ir: paisagens sem aglomerações, animais selvagens raros e as novas experiências astronômicas do Quênia.
Fugindo do burburinho da sua capital, Nairóbi, e dos congestionamentos da Reserva Nacional Masai Mara, o Quênia oferece o Condado de Samburu, um pedaço de terra remoto no norte do país que decidiu, há muito tempo, priorizar a conservação ambiental, liderada pela comunidade.
Em 2026, esta região frequentemente esquecida se concentra em aventuras impactantes, como um novo projeto de astroturismo e dois novos acampamentos de conservação (o acampamento Samburu e a pousada Soroi Samburu).
O local também está colocando em ação um plano de ação sobre mudanças climáticas, que prioriza o reflorestamento e a energia renovável.
Os visitantes que chegam ao cenário semiárido ao longo do rio Ewaso Nyiro encontrarão um número cada vez maior de locais e projetos de conservação, que destacam as tradições do povo Samburu (Lokop).
Na pousada Soroi Samburu, a ser integralmente aberta em meados de 2026, os hóspedes poderão visitar projetos locais e trocar histórias com membros da comunidade Samburu em volta do fogo.
A conservação da vida selvagem permanece sendo um ponto fundamental entre os nove projetos de conservação ambiental de Samburu.
Eles incluem os “Cinco Especiais de Samburu”, uma coleção de animais raros endêmicos do norte do Quênia.
Os visitantes podem procurar rinocerontes brancos e pretos no acampamento Saruni (a população das duas espécies cresceu no ano passado).
Também é possível ajudar a cuidar de elefantes órfãos no Santuário de Elefantes Reteti, mantido pela própria comunidade, e aprender sobre conservação ambiental no seu centro educativo para visitantes.
Os apreciadores do céu noturno podem explorar as maravilhas do cosmos com o projeto de astroturismo da pousada Samburu Sopa, o primeiro empreendimento da sua espécie, inaugurado em setembro de 2025.
Você poderá conhecer a antiga sabedoria popular sobre as estrelas com guias locais, conversar com astrofísicos no primeiro planetário de astroturismo do Quênia e dormir sob o céu equatorial em camas específicas para observar as estrelas no acampamento Samburu.
Ali, é possível observar constelações dos dois hemisférios da Terra. (Alicia Erickson)
Santo Domingo, República Dominicana
Por que ir: Vivencie o burburinho festivo de uma cidade que renasceu.
A capital da República Dominicana, Santo Domingo, está pronta para comemorações em 2026.
Escolhida para receber a 25ª edição dos Jogos da América Central e do Caribe, entre 24 de julho e 8 de agosto, a mais antiga cidade europeia das Américas se prepara para receber atletas de 37 países, no 100° aniversário da competição.
Santo Domingo está ocupada com as preparações dos Jogos.
Em 2025, sua Zona Colonial do século 16 passou por uma importante renovação, que incluiu a restauração de 15 fachadas antigas e 11 ruas pavimentadas com pedras.
Seu Centro Olímpico Juan Pablo Duarte também foi reformado. Uma faixa de pavimentação tátil para orientar visitantes com dificuldades visuais faz parte do trabalho para tornar os Jogos e a própria cidade mais inclusivos.
Os visitantes precisam explorar as praias de areia branca próximas da capital e seu cenário musical de classe internacional.
Santo Domingo é o coração do merengue e da cultura bachata, que fornecem a palpitante trilha sonora do seu carnaval, em fevereiro, e do Festival do Merengue, que dura vários dias no verão.
O festival Ilha da Luz retorna em março e outro retorno muito esperado, após um hiato de 10 anos, é o Festival do Presidente, um dos mais emblemáticos eventos musicais da América Latina, reunindo os principais talentos do país e do continente.
Novas e luxuosas inaugurações em 2026 incluem o hotel Hyatt Place Santo Domingo Piantini (no verão) e o recém-aberto hotel Ocama, somente com chalés em frente à baía de Rincón, na verdejante península de Samaná.
O Ocama, agora, oferece transfers de helicóptero de Santo Domingo até a província de Samaná, um antigo refúgio de piratas. Suas enseadas, florestas tropicais e águas azul-turquesa foram declaradas Província do Ecoturismo, em maio de 2025. (Eva Sandoval)
Vale do Slocan, Colúmbia Britânica, Canadá
Por que ir: caminhar por uma nova e poderosa trilha que homenageia um capítulo determinante da história do Canadá.
Em um vale de lagos transparentes e florestas profundas, emoldurado pelas montanhas Purcell e Selkirk, a região de Slocan, no Canadá, atrai há muito tempo visitantes que procuram belezas naturais e inóspitas.
Em 2026, a Trilha do Legado Nipo-Canadense ampliará o significado daquele cenário. Trata-se de um caminho autoguiado que homenageia as pessoas que foram retiradas à força das suas terras e confinadas naquele lugar durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Entre 1942 e 1946, mais de 22 mil nipo-canadenses foram deslocados das comunidades litorâneas e enviados para o interior, até locais de internamento construídos às pressas em campos de fazendeiros e cidades mineiras abandonadas, como Sandon, no vale do Slocan.
Mesmo com as dificuldades (perda de casas, meio de subsistência e da comunidade), os internos construíram escolas, jardins, espaços culturais e redes de apoio. Seus filhos e netos contribuiriam profundamente para a vida cívica, artística e acadêmica do Canadá.
Acessível de carro, bicicleta ou a pé, a nova trilha de 60 km acompanha as estradas rurais e trilhos de trem, conectando museus, jardins memoriais, um campo de internamento ao lado do lago e exibições promovidas pela comunidade, em conjunto com as famílias nipo-canadenses.
Entre uma parada e outra, os visitantes podem fazer uma pausa nas cafeterias rurais, remar nas águas paradas do lago Slocan, visitar ateliês de artesanato, mergulhar nas fontes de água quente ou praticar shinrin-yoku (banhos de floresta).
A trilha oferece uma forma de reflexão local para compreender um capítulo sombrio e fundamental da história canadense, em um momento em que questões de pertencimento parecem particularmente urgentes.
Para as comunidades do vale, a nova iniciativa homenageia o passado, sustentando o futuro da região. (Diane Selkirk)
Uluru, Austrália
Por que ir: aniversário marcante e uma nova forma de andar em antigas terras sagradas.
Outubro de 2025 marcou os 40 anos da histórica devolução do monólito Uluru, um local sagrado para seus proprietários tradicionais Anangu. O evento vem reformulando até hoje as relações da Austrália com as terras dos seus aborígenes.
A nação incentivou os visitantes, por muito tempo, a escalar a então chamada Rocha de Ayers, até que a prática foi formalmente proibida em 2019.
Atualmente, os Anangu contam suas histórias em seus próprios termos e os visitantes podem se conectar com esta terra antiga de forma mais profunda e significativa.
O maior momento do ano será o lançamento da Caminhada Típica Uluru-Kata Tjuta. Será uma trilha de cinco dias e quatro noites, ligando as imensas cúpulas de Kata Tjuta à base da rocha vermelha mundialmente famosa.
O caminho é composto por 54 km de trilhas mapeadas pelos Anangu através da floresta de carvalhos deserta, planícies cobertas de relva e campos de dunas vermelhas, normalmente fechadas ao público.
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Esta é a única forma em que os visitantes poderão dormir no interior do Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, o que é um raro privilégio, possibilitado por uma década de colaboração com seus proprietários tradicionais.
Será, então, possível se hospedar em belos ecoacampamentos artesanais e em uma nova pousada, projetada para se misturar com as cores do deserto.
Já conhecida como uma das Grandes Caminhadas da Austrália, a trilha mistura passeios ao pôr do sol, decks para observação de estrelas e workshops promovidos pelos povos da região. Parte da receita beneficia diretamente a comunidade.
Além da trilha, os visitantes podem observar dois cenários noturnos extraordinários. Um deles é Wintjiri Wiru, a experiência de narração de histórias sobre o deserto, com drones e luzes, liderada pelos Anangu.
A outra é o Campo de Luz, que, em 2026, marca o 10° aniversário da simbólica instalação de 50 mil hastes brilhantes, pelo artista visual Bruce Munro. (Ellie Cobb)
Uruguai
Por que ir: lagoas repletas de flamingos, churrasco de classe internacional e sustentabilidade.
“A Associação de viagens LGBT+ (IGLTA, na sigla em inglês) considera o Uruguai um dos países mais progressistas do mundo, sendo elogiado como um dos locais mais seguros para os viajantes LGBTQIA+ visitarem e viverem” (Jeff Greenwald, do portal Ethical Traveler).
O Uruguai é um dos menores países da América do Sul. E fica incrustado entre os dois maiores — o Brasil e a Argentina.
Apesar das suas pequenas dimensões, o país oferece uma deslumbrante variedade de excursões para observar a vida selvagem, sua arquitetura colonial e suas dunas varridas pelo vento.
Com isso, o Uruguai se tornou silenciosamente um dos destinos mais progressistas do continente.
O Uruguai gera 98% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis.
O país é frequentemente avaliado como um dos mais seguros para os turistas LGBTQIA+ e sua campanha Uruguaios por Natureza incentiva os visitantes a respeitar o meio ambiente e apoiar as comunidades locais.
Mais da metade da população uruguaia de cerca de 3,5 milhões de habitantes mora na sua vibrante capital, Montevidéu. Mesmo sendo um porto movimentado, a cidade oferece a sensação de um resort no litoral.
Ofuscada há muito tempo pela capital argentina, Buenos Aires, no outro lado do rio da Prata, Montevidéu é outro berço do tango.
A cidade também oferece churrasco de classe internacional e promove o mais longo carnaval da América do Sul, que dura pelo menos 40 dias, entre janeiro e março.
Além da capital, a cidade de Colonia del Sacramento, fundada pelos portugueses, é um tesouro da arquitetura.
E as planícies férteis dos pampas se intercalam com as fazendas de criação de gado, que produzem algumas das melhores carnes bovinas do planeta.
O litoral do Uruguai é salpicado de praias magníficas, pontos para a prática de surfe, cidades festivas e calmas aldeias de pescadores. Isso sem mencionar as lagoas repletas de flamingos de Laguna de Rocha e Laguna Garzón, além das dunas de areia estonteantes de Cabo Polonio. (Shafik Meghji)
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.

