Mães denunciam falhas na entrega de fraldas e remédios para crianças com deficiência em Campo Grande


Mães atípicas reclamam de falta de insumos nas unidades de Saúde da Capital
Mais de 2 mil mães de crianças com deficiências atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campo Grande denunciam que estão sem receber fraldas descartáveis, medicamentos e alimentos especiais. Segundo elas, mesmo com decisões judiciais, os insumos não são entregues ou chegam com qualidade inferior. Veja o vídeo acima.
Maria Valentina, de 10 anos, tem a síndrome Cornélia de Lange, uma condição genética rara que compromete o desenvolvimento e causa incontinência urinária e alimentar. Por isso, ela ainda usa fraldas e se alimenta por sonda. A mãe da menina, Joelma Rodrigues, diz que depende dos insumos fornecidos pelo SUS para cuidar da filha.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp
“As despesas com fraldas, medicamentos e alimentos ultrapassam R$ 3 mil por mês”, relata Joelma.
As mães atípicas afirmam que também enfrentam dificuldade para conseguir tratamentos que ajudam no desenvolvimento das crianças. O problema levou a protestos na Câmara Municipal.
Em uma audiência pública neste ano, uma mãe rasgou uma fralda no plenário em protesto. Em maio, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei que permite que famílias comprem diretamente fraldas, medicamentos e alimentos com recursos públicos. A proposta foi vetada pela prefeita, Adriane Lopes que alegou que o projeto interfere em atribuições do Executivo.
O veto foi derrubado por unanimidade pelos vereadores. Agora, a Prefeitura deve se reunir com as mães para definir como o projeto será colocado em prática. Apesar de existirem decisões judiciais obrigando o município a fornecer os insumos, Joelma relata que muitas vezes as ordens não são cumpridas.
“Já recorremos a todos os meios possíveis. Só queremos que a lei e as decisões judiciais sejam respeitadas”, diz Joelma.
Outras mães enfrentam dificuldades semelhantes. Camila Rocha é mãe de Davi, de 2 anos, que foi diagnosticado com autismo, problema no coração e adenoide aumentada. Apesar da necessidade de acompanhamento com três especialistas, ele ainda não tem acesso regular ao tratamento.