Tendência em SP: prédios sem garagem já são maioria entre os novos lançamentos em 2025


Maioria dos prédios construídos em SP não tem garagem
Pela primeira vez, a maioria dos prédios construídos na cidade de São Paulo no 1° semestre deste ano foi construída sem vagas de garagem. Dados do Sindicato da Habitação (Secovi) mostram que 58% dos novos empreendimentos residenciais não oferecem espaço para carros.
A tendência ganhou força após a revisão mais recente do Plano Diretor, aprovada em 2024. A legislação manteve o benefício criado em 2014 que permite às construtoras ampliarem em até 10% a área construída sem pagar nada por isso — desde que os empreendimentos sejam erguidos sem garagem e próximos a estações de trem e metrô.
Nos últimos anos, o número de lançamentos sem vagas de garagem vinha oscilando. No 1° semestre de 2021, representavam 40% do total; em 2022 e 2023, 44%. No ano passado, houve queda para 39%. Agora, em 2025, o índice subiu e ultrapassou a marca da maioria, de acordo com os dados do Secovi.
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Para o arquiteto e urbanista Valter Caldana, professor do Mackenzie, a redução de garagens segue a direção correta, mas precisa vir acompanhada de outras medidas.
“A garagem é um espaço que pode chegar a 25 m² por vaga, o que equivale a muitas unidades ofertadas hoje no mercado. Tirar a garagem pode aumentar o ganho das construtoras, mas não resolve sozinho. O trânsito, por exemplo, não vai melhorar apenas porque se reduziu a oferta de vagas. É preciso pensar em um conjunto de políticas públicas e serviços”, afirma.
Nova tendência é registrada em SP: prédios sem garagem.
Reprodução/TV Globo
Dificuldades
Quem compra apartamento em prédios sem garagem precisa encontrar alternativas. É o caso da manicure Maria das Dores de Freitas que se mudou para um empreendimento entregue no fim do ano passado no Tucuruvi, na Zona Norte da capital. Ela e o marido têm um carro, mas não contam com vaga no prédio.
“Foi um pouco difícil achar vaga na rua. É um perigo deixar hoje em dia, e os estacionamentos estão absurdamente caros. Aqui em cima tem um, aqui embaixo tem outro, mas muito fora do nosso bolso. Conseguimos deixar num particular aqui perto, por um preço acessível. Mas as ruas estão lotadas de carro de morador”, conta.
Enquanto cresce a oferta de prédios sem garagem, o mercado de estacionamentos também se movimenta para atender moradores que não querem deixar o carro na rua.